Cinzas
É esta inquietude que me assola, por vezes, e me faz parar por momentos. Como se um arrepio gelasse as articulações, as tornasse imóveis. E o coração saltasse um batimento.
A vida é tão curta, passa por nós de relance, um reflexo de sol na janela, encandeia-nos e desvanece; escapa-se por entre os dedos...
O que estou aqui a fazer, afinal? Mera espectadora, quando pensei ser actriz principal.
Quero ver, caminhar, ouvir, saborear, cheirar, interpretar, sentir o mundo em pleno! Quero tudo isto de mente aberta, alma lavada, purgada, pelo menos um vestígio da luz há muito perdida... Será ainda possível? Se ao menos tivesse coragem, me tornasse eu própria mudança e renascimento, ao invés de esperar que eles cheguem até mim um dia... Apenas cinzas, na verdade. Cobarde...
A culpa, o medo, a vergonha... Um hábito que carrego mas pareço nem sentir, sobre as lágrimas que não se vêem, o grito calado que não soa nunca. Como eu queria poder gritar... Abrir o peito e gritar gritar gritar!... Porque não sai, nada disto sai de mim! Não sai, não sai!!!
Se sou tão inútil e irrelevante, para quê lutar para depois desistir? A dor quando nos largam no meio do deserto... O melhor seria nunca me terem salvo.
Shh... Encosta-te a mim... Já passou... Eu estou aqui... E não vou a lado nenhum... Porque tu importas... Porque eu te amo.
A vida é tão curta, passa por nós de relance, um reflexo de sol na janela, encandeia-nos e desvanece; escapa-se por entre os dedos...
O que estou aqui a fazer, afinal? Mera espectadora, quando pensei ser actriz principal.
Quero ver, caminhar, ouvir, saborear, cheirar, interpretar, sentir o mundo em pleno! Quero tudo isto de mente aberta, alma lavada, purgada, pelo menos um vestígio da luz há muito perdida... Será ainda possível? Se ao menos tivesse coragem, me tornasse eu própria mudança e renascimento, ao invés de esperar que eles cheguem até mim um dia... Apenas cinzas, na verdade. Cobarde...
A culpa, o medo, a vergonha... Um hábito que carrego mas pareço nem sentir, sobre as lágrimas que não se vêem, o grito calado que não soa nunca. Como eu queria poder gritar... Abrir o peito e gritar gritar gritar!... Porque não sai, nada disto sai de mim! Não sai, não sai!!!
Se sou tão inútil e irrelevante, para quê lutar para depois desistir? A dor quando nos largam no meio do deserto... O melhor seria nunca me terem salvo.
Shh... Encosta-te a mim... Já passou... Eu estou aqui... E não vou a lado nenhum... Porque tu importas... Porque eu te amo.
posted by Joana at 11:11 PM
3 Comments:
Mesmo a fénix demora algum tempo a renascer depois de arder... Talvez, quando nos sentimos queimados devamos deixar as cinzas arrefecer antes de tentarmos arder outra vez. Isto tudo provavelmente faz sentido de maneira diferente para ti (se é que faz de todo) do que para mim, mas para mim faz imensos sentidos... Tanto emocional/psicologicamente como fisicamente, todos precisamos de férias x)
vale sempre a pena... o limite é a nossa própria vontade... deixa-te ir ao sabor do vento, nao importa o porto, um dia as correntes certas levam.nos a bom porto, e de lá não saimos...
viver a vida pela vida
A vida é feita de ciclos, de diferentes renascimentos. Das cinzas surgem coisas novas e melhores :)
Gostei bastante do texto, é forte e carregado de emoção!
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