Saturday, November 04, 2006

Tributo ao Inverno

Ouvem-se os pingos da chuva, do lado de lá da janela, alguém foge deles, como quem foge da purga. Nestes dias tristonhos em que o dia é como a noite. Não deixa o sol passar as nuvens, espessas e choronas.
É frio estar sem ti, Inverno, que és ainda assim frio, mas mais quente que o nada. Mais ainda, a terra molhada, com o seu cheiro único, simples, cheiro de terra molhada.
Tem tudo isto algo de sagrado e superior, quanto mais não seja por ser natural, tão natural que estranha. Espanta. Deslumbra.
Oh! Inverno... Tão belo, branco ou cinzento, nunca preto, pois preto é o nada e tu és mais quente que o nada, E, ainda assim, frio.
Vem a mim, frieza molhada, que me aqueces dizendo que tudo é um ciclo: não começa, não acaba, não vive nem morre, apenas é. E não vivendo nem morrendo, cria vida e floresce morte.
Ama o Mundo, criação genuína e suprema, que és tu mesmo, Homem, alma e carne. E sente cada gota de chuva tocar a tua face, singular nota de uma música, cinzenta ou branca, bela e quente.

3 Comments:

Anonymous Anonymous whispered...

:O :O :O sinceramente? NO COMMENTS... adorei! tá espectacular baby! MESMO! amo-tee minha escritora profissional, amor da minha vida :D @

2:10 PM  
Blogger Naerei whispered...

ahh... faz m lembrar tar frio.. mas tar quentinha na mnha cama a olhar p o tecto e a ouvir a chuva a bater no telhado.. sabe tao bem ^^ e viva o inverno plas pequeninas coisas k sabem bem ^^

6:16 PM  
Blogger um pedro whispered...

adorei o ultimo parágrafo!genial mesmo!

10:24 PM  

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