Sunday, October 18, 2009

Pluma no alto cume

Era uma nuvem negra à minha volta. De uma densidade que a tornava quase opaca e sufocava. O que é que eu tenho de errado? Tento escalar a cordilheira, chegar mais alto para poder assim olhar o mundo como ele é e encontrar conforto na verdade finalmente compreendida, sem o engano de folhagens ou névoas nos meus olhos... Para poder assim seguir o caminho que se estende diante de mim.
Mas quando estou já a agarrar a última pedra do monte mais alto, esta solta-se, escorrego e a queda... quando dou por mim estou no sopé da montanha. E ao olhar a paisagem vejo tudo turvo de novo, nada me faz sentido e aperto da dúvida agonia cá dentro, faz-me dobrar o meu corpo sobre mim própria, agarrada ao peito, cheia de raiva.
Talvez a visão enublada seja apenas sangue escorrendo para os meus olhos da ferida que se abriu quando caí. Talvez baste limpar o sangue e olhar de novo o horizonte... E compreender que é possível que a verdade nunca se mostre inteiramente de uma vez, só porque a persigo em desespero.
Percebi isto contigo... Era uma nuvem negra à minha volta naquela tarde. E é incrível como mesmo depois de tudo o que ouvi e disse, senti uma paz de espírito como há muito tempo não sentia. A verdade atingiu-me sem eu estar à espera, sem a ter procurado; ela veio até mim a acalmou-me o coração. Naquele momento percebi...

1 Comments:

Anonymous Anonymous whispered...

A verdade vem sempre, e normalmente quando menos estamos à espera... E por muito má que pareça, é sempre melhor do que uma mentira simpática.

De qualquer das maneiras, sempre achei que se cairmos uma, duas, três ou quatro vezes, o que temos sempre que fazer é simples: levantar e tentar de novo.

Gostei do texto, como gosto sempre de tudo o que escreves :D

9:00 AM  

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