Wednesday, May 13, 2009

Acção!...

Sorriso rasgado, a gargalhada vinda de dentro, por todos aclamada. Nada mais que plumas e brilhantes escondendo... me. Quando a máscara cai olho em volta, mas o público desapareceu... Ninguém ficou para me apanhar quando sucumbo ao peso no meu coração, e os joelhos fraquejam e batem surdos no chão.
Parece que vejo, parece tão perto, desejos soprando o meu cabelo ao de leve, pedindo mais e mais... Mas quando estendo os braços não consigo tocar. Mesmo aqui ao pé de mim, inalcançável. E dói, e choro e grito e desespero, por um só enlace, talvez... Apenas sorri. E nada.
Porque quando a máscara cai, a luz não chega até aqui, o espectáculo acaba, a cortina fecha atrás de mim, deixando-me diante de cadeiras vazias à espera da próxima ilusão...
Tudo é silêncio. Só os desejos aqui persistem, chamando-me ainda... E lentamente desisto de lutar e baixo os braços.

Recomponho-me, limpo as lágrimas, retoco a maquilhagem. Levanto-me a custo do chão e dirijo-me para a minha posição, por detrás das cortinas.
Os holofotes acendem, as cortinas abrem e o público está em ovação... Plumas e brilhantes, um sorriso rasgado e a gargalhada ecoa uma vez mais.