Tuesday, November 17, 2009

Lua Nova

Sinto-me cega. Olho em volta e tudo é negro, à excepção de milhares de pequenos pontos brilhantes no céu. O luar, esse, apagou-se. Não sei quando; não sei por quanto tempo. Está apagado.
É como se estivesse perdida. Não sei que direcção tomar, porque todos os caminhos estão cobertos de dúvida, de insegurança; o desconhecido. Um véu de breu.
Todos os caminhos excepto o céu. O céu... Negro, sim, mas salpicado de esperança, reluzente. A esperança, no entanto, poderá não passar de uma miragem... Pois todos sabemos que a luz que nos chega pode ter viajado através de anos-luz, a partir de uma estrela que, agora, não tem mais brilho, caiu na escuridão, como os caminhos que se abrem a meus pés.

Por vezes sinto-me como um paradoxo: as minhas emoções, a minha razão, as minhas atitudes entram em conflito quase constante. Considero-me optimista, no entanto as minhas expectativas estão sempre baixas. Não há maneira poética de expressar isto que sinto; toda a poesia foi escrita, já, por outrem, e não me resta nada para dizer.
Sei que me aceitas por aquilo que sou. Talvez até me ames, dessa tua maneira tão particular de me amar. Porém, receio que esse brilho líquido no teu olhar seja já uma estrela extinta. Será isso que nos impedirá de tentar?
Provavelmente.

Continua escuro. Não há luar. Uma aragem fria arrepia-me o corpo. Admiro o som do oceano, longínquo, como tu; recrio a beleza da sua complexidade na minha mente.
Queria apenas entregar-me nesse mar... Se fosse real...