Melamin
Ao longe, o sol escondendo-se atrás das montanhas, coroadas de branco, o céu tomando tons de azul-verde, cores frias de um Inverno eternamente distante e ao mesmo tempo tão presente... O vento sussurra-me suaves melodias, canções em línguas há muito tempo caídas no esquecimento. Mas, como que do centro da terra, emergem trazendo cheiros e sabores antigos de lugares da memória enterrados pelas mágoas e dores do passado.
Canções que falam de amor e guerras...
A luz fria banha todas as terras, as primeiras estrelas aparecendo tímidas, brilhando hesitantes no céu crepuscular, que escurece. Oh! eu sei que já nada é como antes... O Inverno gelou já por vários anos os nossos corações. Mas ainda assim a esperança de te abraçar e sentir não esmoreceu! Por muito que tenhas dito palavras de desespero antes de partires, eu sei que voltarás antes do Sol morrer e as vozes da montanha se calarem.
Não sei há quanto tempo te espero, quantas vidas passaram desde que partiste e se sabes quem sou... Por vezes posso distinguir no horizonte a silhueta de um rosto que não consigo ver, nas noites insones em que não me sais do pensamento. Onde estarás agora? Que grandes feitos realizas aí, onde não te posso ver?...
- Não me esperes...
- Ficarei aqui até que voltes para mim, meu amor.
- Tens tanto para viver, não te prendas a mim. Não há esperança!
- O meu coração diz que ainda poderemos viver juntos e felizes...!
- É um sonho, não passa de um sonho. Parto para uma viagem sem refresso... Tu sabes isso. Não há salvação!
- O mundo pode acabar, as terras podem tornar-se para sempre negras e manchadas de sangue. E o ar pode não passar de gás venenoso e não restar nenhum ser vivo... Mas, amor, eu vou ficar sempre aqui, à tua espera, para cuidar de ti no teu regresso! Pois eu sei e sinto que isto não é o fim!...
Parece que se definharam todas as eras e tempos deste mundo e ainda não voltaste. É tudo um vazio.
Vem o vento beijar-me e limpa-me as lágrimas que verto por ti; agita levemente os meus cabelos e o vestido... Deixo a escuridão da noite envolver-me como um suspiro, confortando-me...
O teu coração está cada vez mais perto do meu, sinto-te aproximar, amor... Um dia aparecerás, sim, percorrendo os campos cinzentos que nos separam, vindo dos confins da memória, da terra que ninguém lembra... Surgirás assim da névoa, regressarás a mim, amor... Meu amor...
Nota: O título significa "Meu amor" em élfico. Optei por este título já que o texto me foi inspirado por duas músicas do filme O Senhor dos Anéis. Aliás, acho que o texto ganha outra dimensão ao som dessas duas músicas. Mas note-se! Este texto não fala de elfos.
Canções que falam de amor e guerras...
A luz fria banha todas as terras, as primeiras estrelas aparecendo tímidas, brilhando hesitantes no céu crepuscular, que escurece. Oh! eu sei que já nada é como antes... O Inverno gelou já por vários anos os nossos corações. Mas ainda assim a esperança de te abraçar e sentir não esmoreceu! Por muito que tenhas dito palavras de desespero antes de partires, eu sei que voltarás antes do Sol morrer e as vozes da montanha se calarem.
Não sei há quanto tempo te espero, quantas vidas passaram desde que partiste e se sabes quem sou... Por vezes posso distinguir no horizonte a silhueta de um rosto que não consigo ver, nas noites insones em que não me sais do pensamento. Onde estarás agora? Que grandes feitos realizas aí, onde não te posso ver?...
- Não me esperes...
- Ficarei aqui até que voltes para mim, meu amor.
- Tens tanto para viver, não te prendas a mim. Não há esperança!
- O meu coração diz que ainda poderemos viver juntos e felizes...!
- É um sonho, não passa de um sonho. Parto para uma viagem sem refresso... Tu sabes isso. Não há salvação!
- O mundo pode acabar, as terras podem tornar-se para sempre negras e manchadas de sangue. E o ar pode não passar de gás venenoso e não restar nenhum ser vivo... Mas, amor, eu vou ficar sempre aqui, à tua espera, para cuidar de ti no teu regresso! Pois eu sei e sinto que isto não é o fim!...
Parece que se definharam todas as eras e tempos deste mundo e ainda não voltaste. É tudo um vazio.
Vem o vento beijar-me e limpa-me as lágrimas que verto por ti; agita levemente os meus cabelos e o vestido... Deixo a escuridão da noite envolver-me como um suspiro, confortando-me...
O teu coração está cada vez mais perto do meu, sinto-te aproximar, amor... Um dia aparecerás, sim, percorrendo os campos cinzentos que nos separam, vindo dos confins da memória, da terra que ninguém lembra... Surgirás assim da névoa, regressarás a mim, amor... Meu amor...
Nota: O título significa "Meu amor" em élfico. Optei por este título já que o texto me foi inspirado por duas músicas do filme O Senhor dos Anéis. Aliás, acho que o texto ganha outra dimensão ao som dessas duas músicas. Mas note-se! Este texto não fala de elfos.